Secretários municipais de saúde e técnicos paraenses reuniram-se nesta terça-feira, 18, na primeira reunião da Comissão Intergestores Bipartide (CIB) de 2020. Durante o encontro, foram apresentados e debatidos assuntos de importância para a saúde pública do estado, entre eles: a pactuação referente à utilização de recursos financeiros sobre os procedimentos cirúrgicos eletivos; o projeto de pesquisa para o enfrentamento do sobrepeso e obesidade no Pará; prestadores de serviços de exames citopatológicos, histopatológicos e mamografias; e a Programação Pactuada Integrada (PPI).
O desabastecimento de soros antivenenos que também foi debatido durante a reunião, preocupa os gestores municipais, principalmente àqueles que trabalham em áreas mais suscetíveis aos acidentes de animais peçonhentos. A Secretária de Saúde de Afuá, Valéria Lacerda, destacou a necessidade de medidas eficazes por parte dos setores responsáveis para a regularização do abastecimento. “Esta é uma situação que se arrasta há anos e, embora o uso racional, ainda é pouco o quantitativo enviado pelo Ministério da Saúde ao Pará. Afuá é recordista em acidentes com cobra jararaca. Todo o dia tem registro de pessoas mordidas de cobra”, completou.
O secretário de Saúde de Medicilândia, Danilo Silva, reforçou que o município registra muitos casos de picadas de escorpião, que nesses casos também é administrado o soro antiveneno. “As picadas de escorpião são recorrentes em nosso município, sendo em sua maioria crianças as vitimas. No período chuvoso esse tipo de acidente aumenta”, afirmou.
Outros assuntos também foram colocados, como a instalação do Comitê Técnico Assessor de Informações Estratégicas e Vigilância em Saúde do Coronavírus e o novo financiamento da atenção primária em saúde. Outro tema importante que esteve em debate foi a Portaria do Ministério da Saúde de Nº 3.775-2019 para o custeio das ações de prevenção, controle e eliminação da malária e ações de vigilância da leishmaniose visceral e doença de Chagas no Pará.
O vice-presidente do Consems-PA, Amaury Cunha, também secretário de Saúde de Breves, manifestou sua opinião diante do custeio das ações de vigilância das doenças endêmicas, especificamente para malária e Chagas. Ele ressaltou que a maior dificuldade enfrentada pelos municípios é a mobilidade para as ações seja por estradas ou pelos rios. Com muito trabalho temos avançado, mas ainda não é o suficiente para darmos a resposta que o Ministério da Saúde propõe.
“O recurso enviado para custeio não se resume somente às ações preconizadas na Portaria. Continuamos sem estrutura de transporte para fazer os serviços, que é o que mais nos incômoda. Por isso, a forma do envio deste recurso precisa ser discutida com os municípios para saber efetivamente a necessidade de cada um. É um reforço para as ações sim, mas, como vamos chegar até os ribeirinhos sem barco, sem voadeira e nas estradas sem moto e sem carro”, concluiu.