A malária é uma doença, cuja incidência ocorre nas populações de maior vulnerabilidade social e representa um grande problema de saúde pública no país. Na região amazônica a situação ainda é mais preocupante, visto que trata-se de um território endêmico o que representa risco de adoecimento da população. Os órgãos de saúde trabalham incansavelmente para o controle da doença – as campanhas e ações são feitas em conjunto com a União, Estado e municípios.
Com objetivo de identificar os problemas, enfrentar os desafios e propor estratégias eficazes para o controle da malária, o Ministério da Saúde promoveu a 1ª oficina para preparação de um curso voltado à formação de lideranças para a eliminação da malária no país. Participaram da reuniu gestores, técnicos e pesquisadores que atuam no combate à doença no país.
O assessor técnico do Cosems/PA, Antônio Jorge Araújo representou a instituição no evento. Ele ressaltou a importância das constantes ações de controle da doença nos municípios. “O controle da malária requer um trabalho contínuo e diário. As equipes de endemias atuam como sentinelas para prevenir surtos da doença. Daí a importância desse debate que nos possibilita compartilhar conhecimentos, integrar experiências e até mesmo contribuir com o aprimoramento das ações de prevenção”, disse.
A programação do evento incluiu temas referentes a eliminação da malária no Brasil; o cenário epidemiológico e as perspectivas para eliminação da malária; educação em saúde; estratégias na abordagem da malária em áreas remotas; estratégias de combate à malária em diferentes cenários epidemiológicos; ferramentas de vigilância e controle vetorial; desafios, perspectivas, gestão de política na malária; entre outros.
Dados: Em 2022, de acordo com dados preliminares do Ministério da Saúde, foram registrados 129,1 mil casos de malária no país com redução de 8,1% em relação a 2021. De acordo com Antônio Jorge, no Pará de janeiro a maio de 2023 foram notificados 8.982 casos da doença, que correspondem a 17,9% dos casos notificados na Amazônia. “Ao compararmos o número de casos nos anos de 2022 e 2023, no mesmo período, percebemos que houve um aumento de 18% nas áreas de garimpo e de 27% em áreas indígenas. Quanto ao tratamento oportuno dos casos, o Pará atingiu 57% dos casos que foram notificados de janeiro a maio de 2023”, completou.
Atualmente no Pará, as regiões de saúde que concentram o maior número de casos são: Tapajós, Marajó II, Marajó I, Xingu e Baixo Amazonas , respectivamente. Já em relação aos óbitos, o Brasil registrou 37 mortes pela doença em 2019, 51 em 2020, 58 em 2021 e 50 óbitos em 2022. Todos os medicamentos para o tratamento de malária estão disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS), bem como os testes rápidos para detecção da doença.