De acordo com a ginecologista e obstetra, Luciana Monteiro, o autoexame ajuda, porém não exclui os diagnósticos precisos, que são feitos a partir dos exames de imagem como ultrassom das mamas e mamografia.
Responsável pelos maiores índices de mortalidade por câncer entre as mulheres no Brasil, o câncer de mama representa maior risco na população feminina e a incidência e mortalidade pela doença tendem a crescer progressivamente a partir dos 40 anos. Os ginecologistas e obstetras, por serem os médicos especialistas responsáveis por cuidar da saúde da mulher, têm um importante papel na orientação das doenças benignas e no diagnóstico precoce do câncer.
Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), para 2021 foram estimados 66.280 casos novos de câncer de mama no Brasil, o que representa uma taxa ajustada de incidência de 43,74 casos por 100 mil mulheres. Desta estimativa, 780 são no Pará. Segundo dados do Painel Oncologia do Ministério da Saúde, no Pará, o câncer de mama tem registrado ligeira queda: em 2019, foram 677 casos e desceu para 646 ocorrências em 2020. Neste ano, até o momento, já são 299 casos. Em relação à mortalidade, 315 mulheres foram a óbito em 2019, seguidos de mais 330 no ano passado. Em 2021, até o momento 216 já perderam a vida para a doença.
O rastreamento de rotina é a partir dos 40 anos a cada dois anos e após os 50 anos anualmente. A ginecologista e obstetra Luciana Monteiro, que atua no Telemedicina do Cosems-PA, afirma que as mulheres que possuem casos de câncer de mama e/ou pelo menos um caso de câncer de ovário em parentes consanguíneos, podem ter predisposição hereditária e são consideradas de risco elevado para a doença. O desenvolvimento do câncer de mama em homens também costuma estar relacionado ao histórico familiar, porém a incidência na população masculina é baixa, cerca de 1% do total de casos da doença
Nódulos ou caroços, além de lesões tipo casca de laranja ou ulceradas são as principais manifestação da doença. O tratamento depende da fase em que a doença se encontra (estadiamento) e do tipo do tumor. Pode incluir cirurgia, radioterapia, quimioterapia, hormonioterapia e terapia biológica (terapia alvo). Luciana Monteiro explica que há vários tipos de câncer de mama – alguns têm desenvolvimento rápido, enquanto outros crescem lentamente. “A maioria dos casos, quando tratados adequadamente e em tempo oportuno, apresentam bom prognóstico e as chances de cura chegam a 90%”, afirmou.
De acordo com a ginecologista, o autoexame ajuda, porém não exclui os diagnósticos precisos, que são feitos a partir dos exames de imagem como ultrassom das mamas e mamografia. Ela alerta ainda que apesar dos avançados tratamentos oncológicos, infelizmente o câncer de mama possui grandes chances de reaparecer. “Por isso a alta só é dada anos após a finalização dos tratamentos. Daí a importância do controle rigoroso após esse período”, ressaltou.
Hábitos saudáveis podem reduzir o risco do câncer de mama. Os principais fatores de risco comportamentais relacionados ao desenvolvimento da doença são: excesso de peso corporal, falta de atividade física e consumo de bebidas alcoólicas.
Campanha Outubro Rosa: Lembrando que neste mês é comemorada a campanha “Outubro Rosa” realizada mundialmente com objetivo de divulgar informações sobre o câncer de mama e fortalecer as recomendações do Ministério da Saúde para prevenção, diagnóstico precoce e rastreamento da doença.
Assistência: O SUS oferta atenção integral à prevenção e ao tratamento do câncer de mama. O controle passa pelo diagnóstico precoce na Atenção Primária à Saúde e pelo rastreio mamográfico, por meio das Unidades Básicas de Saúde (UBS) espalhadas nos 144 municípios paraenses. Caso necessário, o paciente é encaminhado ao médico especialista e à assistência de alta complexidade para tratamento da doença.