Diretoria do Cosems/PA participa de oficina sobre saúde ribeirinha e fluvial

Publicado em: 12/12/2022
Autor: Edna Lima
Assunto: Notícias
Tempo de leitura: 3 minutos

O secretário de saúde do município de Curralinho, José Raimundo Farias, responsável pela Diretoria para Municípios de População Ribeirinha e Vulnerável no Conselho de Secretarias Municipais de Saúde do Pará (Cosems/PA), participou na quarta-feira, 7, da 1ª Oficina sobre os Avanços e Desafios das equipes Ribeirinhas e Fluviais. Realizado em Brasília (DF) pelo Ministério da Saúde, o evento reuniu 140 pessoas incluindo gestores e profissionais de saúde da Amazônia Legal e do Pantanal Sul-Matogrossense, entre representantes dos órgãos estaduais e federal.  

Durante o encontro, foi apresentado um panorama nacional dos 11 anos de existência das equipes de Saúde da Família Ribeirinha (eSFR) e das unidades básicas de saúde fluvial (UBSF) na Política Nacional de Atenção Básica, bem como o resultado de uma pesquisa ministerial com trabalhadores das eSFR e UBSF.

O secretário defendeu pontos importantes para as localidades ribeirinhas paraenses, propostas que foram incluídas no relatório final do evento, dos quais foram: capacitação (graduações e pós) de Recursos Humanos com conteúdo exclusivo para populações ribeirinhas (moradores de territórios líquido); incorporação de componentes de financiamento para manutenção e reforma de barcos, ponto de apoio e embarcações de deslocamento; reajuste anual dos financiamentos das esquipes com bases em indexadores repaginais e ou IGPM; redução de tempo de viagem para 10 dias mensais com 10 dias de manutenção; e habilitação de duas equipes em um mesmo barco.

Dentre os principais desafios destacados pelos municípios, estão a falta de profissionais, a compra de insumos, a informatização, o alto custo para manutenção e a falta de equipamentos de apoio diagnóstico. “A oficina serviu para avaliar os 10 anos de equipe ribeirinha e fluvial, além de subsidiar a Secretaria de Atenção Primária à Saúde  para condução dos próximos passos. O trabalho de grupo foi muito importante nesse processo, pois entregamos propostas fundamentais para nossa região no âmbito ribeirinho”, concluiu José Raimundo.

Dados de 2022 – Ministério da Saúde

De acordo com a pesquisa da Coordenação-Geral de Saúde da Família (CGESF/MS) com municípios brasileiros com equipes credenciadas que atendem comunidades ribeirinhas e os resultados foram divulgados durante o evento. Em média, cada UBSF atende 24 comunidades, sendo que há uma discrepância entre a que atende menos (quatro comunidades) e a que atende mais (98). O total de comunidades ribeirinhas atendidas por UBS fluviais é de 1.287. Em relação às eSFR, a média é de 28 comunidades atendidas por equipe, e um total de 3.150 comunidades.

Existem 593.889 cadastros vinculados a essas equipes e unidades. E de 2020 a julho de 2022, foram registrados mais de 1,2 milhão de atendimentos em UBSF e/ou por eSFR. Com relação ao perfil de atendimentos, as principais questões abordadas nas consultas foram as relacionadas à saúde da criança e do adolescente (13,7%), saúde sexual e reprodutiva (10,7%), hipertensão arterial (10,5%) e pré-natal (8,3%).

O tempo de deslocamento das embarcações também foi avaliado. Para as UBSF, em média, a comunidade mais próxima fica a quatro horas de distância, sendo que as viagens podem durar de duas a 12 horas (para as eSFR, a média mínima de distância é de três horas). Já para as comunidades mais distantes, os profissionais de saúde levam, em média, 24 horas para se deslocar, segundo as respostas que trataram das UBSF. O trajeto pode levar até mais de 48 horas – caso de 21% dos municípios que responderam à pesquisa. Para as eSFR, a média de tempo até os locais mais distantes é de sete horas.

Texto: Edna Lima – *Com informações do Ministério da Saúde

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