Nos dias 19 e 20 deste mês ocorreu, no auditório da Universidade do Estado do Pará (Uepa), a 16ª Conferência Municipal de Saúde de Santarém, realizada pelo Conselho Municipal de Saúde de Santarém em parceria com a Secretaria de Saúde do município. O evento, que acontece a cada dois anos, é um dos mais importantes espaços de diálogo entre governo e sociedade para a construção das políticas públicas do Sistema Único de Saúde (SUS).
Com o tema “Garantir Direitos e Defender o SUS, a Vida e a Democracia, o objetivo da conferência foi analisar e aprovar propostas de saúde elaboradas nas pré-conferências, realizadas na região de rios, planalto e zona urbana, entre os meses de setembro e dezembro.
O intuito foi conhecer as necessidades dos usuários SUS e propor políticas públicas voltadas para a saúde da população local. Mais de 300 propostas de financiamentos voltados para a saúde foram aprovadas e eleitos os delegados para a etapa nacional.
O assessor técnico do Conselho, Paulo Campos, proferiu a uma palestra sobre o financiamento do SUS, que ainda está aquém das necessidades, principalmente no Pará, onde o recurso federal destinado para a saúde é o menor em valor per capita para atendimento à população em média e alta complexidade. Segundo Campos, a região amazônica precisa ser tratada de forma diferenciada, visto que tem suas peculiaridades, que incluem os aspectos geográficos e longas distâncias entre os municípios do interior e a capital.
“No contexto geral, não estamos falando apenas da população que vive no município sede, mas principalmente as pessoas que residem em locais remotos e distantes, como a comunidade ribeirinha, os indígenas e quilombolas. Precisamos garantir o acesso de todos aos serviços de saúde. A Conferência contribui de forma positiva para que possamos, a nível federal, discutir propostas viáveis e traçar metas para melhorar a assistência aos usuários do SUS, especialmente àqueles que têm maior carência”, destacou Campos.