Os profissionais de saúde que participaram da Oficina ImunizaSUS-Pará tiveram acesso ao resultado da Pesquisa Nacional sobre Cobertura Vacinal do projeto ImunizaSUS. Realizado pelo Conselho de Secretarias Municipais de Saúde do Pará (Cosems/PA) na última quinta-feira, 20, a ideia do evento foi apresentar um panorama sobre a situação da cobertura vacinal no Estado. O estudo trouxe informações preocupantes, como a baixa adesão da população às vacinas, bem como o impacto da hesitação vacinal no que tange o aumento de casos de algumas doenças que eram consideradas controladas no país.
Além dos gestores de saúde, diretores e coordenadores de Imunização e da atenção primária que participaram de forma online, também estiveram presentes na abertura da transmissão, mediada pelo assessor técnico do Cosems/PA, Antônio Jorge, o presidente do Conselho, Charles Tocantins; a pesquisadora do NESCON/UFMG, Daisy Maria de Abreu; a professora do curso de medicina da Universidade São Caetano do Sul, Diita Fontoura; a coordenadora de Imunização de Belém, Nazaré Ataíde, além da presença de Alessandro Chagas, Assessor Técnico do Conasems.
Daisy Abreu explicou que a pesquisa aborda vários aspetos relacionados às ações de imunização no Brasil. De acordo com ela, é possível observar alguns cenários em função da heterogeneidade regional e de recursos. “Algumas coisas caminham na mesma direção. Podemos observar a consolidação de um programa de imunização potente com coberturas importantes que significou bastante no sentido de avanço das doenças imunopreveníveis. Isso prova que teve um impacto enorme principalmente na diminuição da mortalidade infantil.
No período da manhã, a reunião contou com os 30 gestores da Macrorregiao I. Já à tarde, foi feito um trabalho de grupo composto por técnicos dos municípios da Macro I via plataforma Zoom. “Essa é a primeira etapa do processo, pois haverá continuidade da oficina nos dias 29 e 30 de novembro para as três regiões que faltaram. Ou seja, Macrorregiões II, III e IV. Esperamos um número maior de adesão dos profissionais, visto que é um assunto de total interesse dos municípios”, reforçou Antônio Jorge.
O ImunizaSUS, fruto de uma parceria entre o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) e o Ministério da Saúde e instituições parceiras, estrutura-se em três pilares: Educação, Pesquisa e Comunicação. Teve início em 2021 e capacitou mais de 30 mil profissionais de saúde. Além da capacitação, o projeto executa uma série de ações de comunicação visando o engajamento social para conscientização da população brasileira sobre a importância da vacinação.
Coordenada pelo Núcleo de Saúde Coletiva (NESCON)) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a pesquisa foi direcionada aos 144 municípios paraenses. De acordo com Tocantins, é imprescindível a análise da situação atual para identificar os principais desafios e tomadas de medida eficaz nas ações de imunização. “Quero fazer um agradecimento especial aos profissionais que trabalham diretamente com a vacinação em nosso Estado. Obviamente que estes profissionais não trabalham sozinhos, pois dependem de um funcionamento da rede de saúde como o todo. Agradecemos nossos convidados e ao presidente do Conasems, Wilames Freire, que apostou nesse projeto”, destacou.
“A pandemia da Covid-19 mostrou que o SUS é efetivo e por conta do programa de Imunização conseguimos vacinar a população em tempo recorde. Porém, temos de corrigir alguns desafios que os dados mostram, como a redução da cobertura talvez devido a dificuldade de infraestrutura para a realização dos serviços e a hesitação vacinal. Daí a importância de desenvolvermos estratégias para quebrar algumas barreiras e assim garantir o sucesso da imunização de modo geral”, disse a pes.
Assista a íntegra da oficina em https://www.youtube.com/watch?v=Ta5izEub-YM&t=313s