O segundo momento do webseminário “Regionalização da Saúde no Pará”, realizado nesta segunda-feira, 7, trouxe o tema “A Regionalização e Organização da Rede de Atenção à Saúde nos Territórios no Contexto da Covid-19”. Destinado aos gestores e técnicos das Secretarias Municipais e Estadual de Saúde, o evento acontece em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), a Superintendência Estadual do Ministério da Saúde (SEMS) e o Conselho de Secretarias Municipais de Saúde do Pará (Cosems-PA)”. Ainda haverá mais três debates nos dias 09, 22 e 24 de junho.
Mediado pela coordenadora estadual de Saúde da Criança, Ana Cristina Guzzo, o painel de hoje teve como expositores os médicos, Hélio Franco (Sespa) e Silvia Comaru, também assessora técnica do Cosems; Bianca Rosa da Silva (SEMS); e Maria Gomes (Fiocruz/IFF).
Helio Franco destacou a importância da discussão permanente da atenção primária. Segundo ele, 80% dos problemas de saúde podem ser resolvidos ainda na atenção primária, desde que ela esteja integrada à atenção especializada (diagnóstico, exames e consultas especializadas). Para o médico, é fundamental conhecer e mapear as determinantes sociais que levam ao adoecimento ou melhoria de saúde das áreas de atuação. “Isso contribui significativamente para a diminuição de demandas dos hospitais, além de reduzir custos financeiros”, acrescentou Franco.
A assessora técnica do Cosems-PA, Silvia Comaru, falou sobre a realidade do Pará o âmbito da saúde. Ela lembrou sobre as endemias clássicas e doenças negligenciadas como a malária, hanseníase, tuberculose, leishmaniose, dengue e doença de Chagas. Comaru também fez uma explanação sobre a rede de urgência e emergência e citou questões relacionadas à gestão e financiamento da saúde no Pará, que recebe um dos menores per capta de média e alta complexidade do Brasil.
No contexto da Covid-19, Silvia destacou alguns dos agravamentos gerados pela pandemia na saúde pública, como o aumento do óbito materno, a gravidez indesejada, a violência doméstica, o diagnóstico de câncer em estadiamento avançado e os casos de depressão e surtos psicóticos. Além disso, houve a diminuição do Exame Preventivo do Câncer de Colo de Útero (PCCU), de consultas e exames de pré-natal, de mamografias, entre outros.
“A reorganização das Redes de Atenção à Saúde (RAS), integrando os diversos pontos de atenção das regiões de saúde e no território macrorregional, em todos os níveis de atenção, é essencial para o enfrentamento da pandemia. Existe a necessidade de se estabelecer uma organização do cuidado específico para o enfrentamento a Covid-19, protegendo usuários e trabalhadores, assegurando também o atendimento de toda a população”, reforçou Silvia Comaru.
Maria Gomes fez uma apresentação sobre o cenário e as características da rede de atenção materna e infantil, bem como as politicas nacionais para a redução da mortalidade materna e neonatal no Brasil. Já Bianca Rosa trouxe informações sobre a Rede Cegonha dados atuais sobre a mortalidade materna e infantil, incluindo a pós pandemia.
Confira a programação dos próximos painéis no link https://pt.scribd.com/document/509696288/Programacao-WebSeminario-Regionalizacao-Da-Saude-No-Para). As inscrições ainda podem ser feitas por meio do link (https://forms.gle/xZgXAqmG5oq3pGRj6).
O vídeo do segundo momento do evento está disponível no link https://www.youtube.com/watch?v=QzHgQi9_neE