Foi realizado nesta quarta-feira, 20, no auditório do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde do Pará (Cosems/PA) o Webinar “Hanseníase – Conhecer para não Discriminar”, destinado aos médicos, enfermeiros, técnicos em enfermagem, entre outros profissionais que atuam no atendimento à doença nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) municipais. O evento trouxe como palestrantes a médica dermatologista, Andressa Bocalon e a fisioterapeuta Terezinha Araújo, ambas da URE Marcelo Cândia, além da professora da Universidade do Estado do Pará (Uepa), Carla Pires, também dermatologista.
Realizado pela Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) com apoio do Cosems/PA, o Webinar faz parte da programação da Secretaria em alusão ao Janeiro Roxo, mês dedicado à conscientização e à prevenção e tratamento precoce da hanseníase.
Em 2019 foram diagnosticados 2.512 casos novos na população geral no Pará. Destes, 221 casos novos foi em menores de 15 anos. O coordenador estadual de Hanseníase em exercício, Cleison Martins, destacou a importância de promover o evento online junto aos representantes das Secretarias Municipais de Saúde. Ele também informou sobre a realização de outro webinar no dia 4 de fevereiro sobre a mesma temática.
“Neste segundo momento vamos promover uma programação voltada aos agentes comunitários de saúde. Estes profissionais também são peças fundamentais para a disseminação das informações sobre a doença. A ideia é trabalhar com esses profissionais para combater o estigma e a discriminação sobre a doença que até hoje ainda impera na sociedade, causando sérios danos social e emocional ao paciente”, disse Cleison.
De acordo com a enfermeira Jovina Silva Malcher, da equipe técnica da coordenação, quanto mais precoce for o diagnóstico, menor será a ocorrência de danos físicos e emocional. “Assim, a pessoa que adoeceu de hanseníase não terá que conviver e nem se constranger com o preconceito e a discriminação,” afirmou.
A hanseníase causa um nível de incapacidade de grande proporção na fase avançada. A doencça caracteriza-se por alteração, diminuição ou perda da sensibilidade térmica, dolorosa, tátil e força muscular, principalmente em mãos, braços, pés, pernas e olhos. Segundo a fisioterapeuta Terezinha Araújo, em alguns casos, além do tratamento clínico, há necessidade ainda do acompanhamento de reabilitação.
“Quando atinge os nervos, a perda de sensibilidade muda a vida da pessoa radicalmente, pois ela começa a ter dificuldade de executar as tarefas mais simples. Em alguns alguns pacientes, a perda de sensibilidade é irreversível. Daí a importância da avaliação dos nervos tão logo a doença seja diagnosticada”, destacou.
Hanseníase: A Hanseníase é uma doença crônica e a transmissão se dá de uma pessoa doente sem tratamento, para outra, após um contato próximo e prolongado. A doença tem cura e o tratamento é gratuito e ofertado pelo SUS por meio das Unidades Básicas de Saúde. O Ministério da Saúde recomenda que as pessoas procurem o serviço de saúde ao aparecimento de manchas em qualquer parte do corpo, principalmente, se essa mancha apresentar alteração de sensibilidade, o que configura um dos sinais sugestivos da doença.