O Conselho de Secretarias Municipais de Saúde do Pará (Cosems/PA) participou nesta quarta-feira, 12, na Assembleia Legislativa do Pará (Alepa), da instalação do Grupo de Trabalho que vai debater o Projeto de Lei que visa criar a Política de Atenção Integral às Pessoas com Coagulopatias Hereditárias e as Hemoglobinopatias no Pará. O Conselho foi representado pelo vice-presidente, Amaury Cunha, e pela assessora técnica Valderez Fortunato.
Segundo Amaury Cunha há muitas dificuldades para diagnosticar pacientes com doenças hematológicas no interior do estado, porém o mais difícil ainda é o paciente acessar o serviço. De acordo com ele, geralmente quando se consegue garantir o acesso ao serviço, já não dá mais tempo de fazer muita coisa. “É de extrema importância a iniciativa dos parlamentares. Mais importante ainda é nossa participação quanto representante das Secretarias Municipais de Saúde do Pará. É fundamental que estejamos todos envolvidos nessa discussão para a formulação dessa politica e, com isso, garantir uma assistência mais efetiva ao hemofílicos e hematológicos do Pará”, ressaltou
Criado pela Comissão Permanente de Saúde da Casa Legislativa, além do Cosems/PA, o grupo é composto por representantes da Fundação Centro de Hematologia e Hemoterapia (Hemopa); da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa); do Ministério Público do Pará (MPE); da Ordem dos Advogados do Brasil Seção Pará – OAB/PA; e da Associação Paraense de Portadores de Hemofilia e Coagulopatias Hereditárias. A próxima reunião já foi agendada para o dia 18 deste mês, com todos os integrantes da equipe. Também marcaram presença na reunião os deputados Fábio Figueiras, Dr. Galileu e Dra. Heloísa.
O presidente da Comissão de Saúde da Alepa, deputado Jaques Neves, destacou a importância de reunir todas as instituições e órgãos governamentais e não governamentais para a implantação de um protocolo de cuidados mais eficaz. “A importância consiste exatamente na assistência ao paciente hematológico. A hematologia é uma especialidade minuciosa que precisa não somente do diagnóstico, mas também do tratamento e acompanhamento especializado. No Pará temos uma realidade de distância muito grande e de precariedade do povo para buscar o serviço no Hemopa, em Belém. Além da descentralização do atendimento, é necessário que se disponibilize para a população paraense em todas as localidades, a melhor forma em suas minúcias de tratar o paciente hematológico”, afirmou o parlamentar.
De acordo com cadastro da Associação Paraense de Portadores de Hemofilia e Coagulopatias Hereditárias, há 204 pessoas com doenças hemorrágicas. Dessas, 60% registram gravidade da patologia. Dados gerais da Coordenação do Sangue do Ministério da Saúde de 2016 mostram o universo de pacientes com doenças hemorrágicas hereditárias que constam no Pará: com distúrbios hemorrágicos hereditários (951), sendo hemofilia A e B: (503); Doença de Von Willebrand (383); Deficiência de Coagulação Rara (27); Outros distúrbios (38). Destacam pela raridade e a gravidade da hemofilia (141). Quanto ao quadro dos pacientes com DvW é que ausente diagnóstico de sub tipo da patologia (248); e não testados e não informados (87).