Com o objetivo de discutir estratégias de enfrentamento da Malária no Estado, o Conselho de Secretarias Municipais de Saúde do Estado do Pará de Saúde do Pará – COSEMS/PA, a Secretaria de Estado da Saúde do Pará – SESPA, a Secretaria de Vigilância do Ministério da Saúde – SVS e o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde – CONASEMS realizaram nos dias 17 e 18 de abril, na cidade de Breves – Ilha de Marajó – PA o 1° Seminário Regional de Malária. O evento contou com a participação de representantes do Ministério da Saúde, da Organização Pan-americana da Saúde – OPAS, da Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), do Instituto Evandro Chagas, do Laboratório Central de Saúde Pública (LACEN-PA), além de gestores e técnicos do Estado e Municípios.
O Diretor do Programa de Controle e Prevenção da Malária do Ministério da Saúde, Cássio Peterka, falou que o aumento dos casos de malária no Estado estaria ligado diretamente à desestruturação das ações de combate e prevenção e destacou a diminuição dos profissionais microscopistas no campo, como uma das causas desses danos que podem levar anos para serem contornados.
A Representante da OPAS, Sheila Rodovalho, afirmou que o Brasil enfrenta um aumento nos casos de malária, mas felizmente não há aumento nos casos de mortalidade pela doença. Enfatizou que “é preciso discutir a malária não só no nível técnico, com o reconhecimento de as ações exitosas realizadas pelas equipes da gestão municipal, mas as discussões também precisam se dar também no campo da política. “
O Presidente do CONASEMS, Mauro Junqueira, comentou sobre a amplitude do SUS e enfatizou a importância da integração ente a Vigilância em Saúde e a Atenção Básica. “O CONASEMS, através do projeto Aedes na Mira, vem desenvolvendo uma série de ações de capacitações em vigilância em todo país e sempre enfatizando a importância da vigilância trabalhar de forma integrada com a atenção básica”. Outra questão apontada por Mauro Junqueira foi em relação aos recursos da União destinados para o orçamento da saúde para a área de vigilância, que representam somente cerca de 1,08% do total de recursos federais.
O Diretor de Vigilância da SESPA, Amiraldo Pinheiro, contribui falando sobre importância da discussão com a participação dos três entes. “Fico feliz em ver que o estado e os municípios estão alinhados, principalmente em relação à integração das ações vigilância com as da Atenção Básica. ”
O Presidente do COSEMS/PA, Charles Tocantins, ressaltou o mérito da realização do Seminário na região do Marajó, que também teve como propósito oportunizar aos participantes a experiência de extrema dificuldade e alto custo de se fazer saúde na região. Assim dar voz aos ribeirinhos, ao povo da floresta, que sem dúvida são os segmentos mais vulneráveis, e na prática, mais esquecidas do país, sofrendo com uma doença já erradicado no restante do Brasil.
O Secretário Municipal de Saúde de Breves, Amaury Cunha, município que sediou o Seminário, comentou sobre as dificuldades de ‘fazer saúde pública’ em áreas ribeirinhas. “São inúmeras as dificuldades. Além do subfinanciamento do SUS, temos as distâncias, a dificuldade de locomoção e as inúmeras doenças que acometem estas áreas. Além disso, a população marajoara está abaixo da linha da pobreza. Todos estes são fatores que nos motivam ainda mais a levar para a população um atendimento da maior qualidade possível. Acredito que, se não podemos fazer tudo que é preciso, precisamos fazer o que nos é possível com precisão”.
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