Manifesto sobre a Interrupção da Cooperação Médica do Governo de Cuba no Brasil

Publicado em: 18/07/2019
Autor: Edna Lima
Assunto: Sem categoria
Tempo de leitura: 2 minutos

Manifesto sobre a Interrupção da Cooperação Médica do Governo de Cuba no Brasil

Federação das Associações de Municípios do Estado do Pará (FAMEP)

Conselho de Secretarias Municipais de Saúde do Pará (COSEMSPA)

O Programa Mais Médicos (PMM), foi lançado através da medida provisória nº 621/2013

em 08 de julho de 2013, fruto de um debate histórico dos defensores do SUS para ações mais

efetivas do governo Brasileiro na busca de médicos disponíveis ao SUS nas regiões de maior

vulnerabilidade social e da garantia constitucional do direito à saúde. Desta forma médicos

brasileiros, preferencialmente, e estrangeiros habilitaram-se em atuar na maioria dos municípios

brasileiros.

Os médicos cooperados, frutos da parceria firmada com a Organização Pan-Americana da

Saúde (OPAS), designaram-se ao ocupar vagas não cobertas por médicos brasileiros, ou de outras

nacionalidades.

No Pará, atuam cerca de 770 médicos no programa MAIS MÉDICOS, sendo que 542 deste

percentual total são de médicos cubanos (70,38%), que trabalham em 122 municípios paraenses e

nos Distritos Sanitários Indígenas (DSEI), dos quais 59 municípios são exclusivamente atendidos

por cubanos devido ao não interesse de profissionais médicos brasileiros em atuar nestes locais.

Vale ressaltar que a maioria dos profissionais cubanos trabalham nas áreas mais vulneráveis, como

no município de Marajó, onde 85% dos médicos que atuam no Programa MAIS MÉDICOS são

cubanos,e quando se fala na Saúde Indígena essa porcentagem correspondem a 100% dos

profissionais participantes do programa.

Desta forma, a comunicação do encerramento do CONVÊNIO com a OPAS, que permite a

presença dos médicos cubanos no Brasil, agravará de forma significativa o acesso e o direito à

saúde da população paraense, frente a inevitável diminuição das equipes de Saúde da Família com

a qualidade no atendimento alcançada nos últimos anos com a presença destes profissionais.

Diante disso, a FAMEP e o COSEMSPA reafirmam o posicionamento do CONASEMS no qual

alertam o Governo recém-eleito, para os iminentes e irreparáveis prejuízos à saúde da população,

inclusive para a parcela que não é atendida pelo MAIS MÉDICOS, solicitando a revisão do

posicionamento do novo Governo, que sinalizou mudanças drásticas nas regras do programa, que

foi determinante para a decisão tomada pelo governo de Cuba. Em caráter emergencial, sugerem a

manutenção das condições atuais de contratação, repactuadas em 2016, pelo governo de Michel

Temer, e confirmadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), em 2017.

 

 

    Charles Tocantins.                                  Nélio Andrade

Presidente do COSEMS/PA.              Presidente da FAMEP

Manifesto sobre a Interrupção da Cooperação Médica do Governo de Cuba no Brasil

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