O câncer de próstata é o segundo tipo de câncer mais comum entre os homens e representa aproximadamente 25% causa morte da população masculina que desenvolve a doença. A campanha Novembro Azul tem o objetivo de chamar a atenção para a prevenção e o diagnóstico precoce de doenças que atingem os homens. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), no Brasil a estimativa de novos casos de câncer de próstata no ano passado foi de 65.840. No Pará, de acordo com dados da Coordenação Estadual de Atenção Oncológica da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), de 2016 até agosto de 2020 foram registrados 1.466 neoplasias malignas da próstata.
O médico urologista, Matheus Lemes, que atua no Telemedicina do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde do Pará (Cosems/PA), chama a atenção dos homens para o rastreamento e diagnóstico precoce do câncer de próstata, que geralmente na fase inicial não apresenta sintomas. “É preciso ficar em alerta, pois quando alguns sinais começam a aparecer, cerca de 95% dos tumores já estão em fase avançada, dificultando a cura. Daí a importância das consultas anuais para o tratamento precoce o que significa mais chance de cura”, afirmou.
De acordo com o médico, quando os sintomas apresentam são semelhantes aos do crescimento benigno da próstata, como a dificuldade de urinar ou necessidade de urinar mais vezes durante o dia ou à noite. Na fase avançada, pode provocar dor óssea, hematúria ( urina com sangue), perda de peso, retenção urinária, infecções de urina de repetição, até mesmo insuficiência renal em alguns casos mais graves.
“A idade é um fator de risco importante, uma vez que tanto a incidência quanto a mortalidade aumentam significativamente após os 50 anos. Pessoas com histórico familiar de câncer de próstata, pai e/ou irmãos, possuem um risco maior de serem acometidos pela doença quando comparados com a população em geral”, reforçou Lemes.
O médico ressalta que o rastreamento para o câncer de próstata deve iniciar anualmente a partir dos 45 anos para quem tem histórico familiar ou negros (fator de risco para câncer de próstata) e, a partir de 50 anos para os demais. “Atualmente a avaliação recomendada pela Sociedade Brasileira de Urologia é realizada com o PSA e toque retal anual, exames considerados complementares”, disse.
A indicação da melhor forma de tratamento vai depender de vários aspectos, como estado de saúde atual, estadiamento da doença e expectativa de vida. Em casos de tumores de baixa agressividade há a opção da vigilância ativa, na qual periodicamente se faz um monitoramento da evolução da doença intervindo se houver progressão da mesma.